Punhos de Renda

Maria Cabral de Mendonça

“Desço a pique ao poço escuro à tua procura. Só tenho por guia a minha razão. Mas essa não me chega.

Também te procuro minha Alma, com a saudade indigente e rouca dum corpo encarquilhado. Procuro-te num caminho interminável que me alicia com um futuro por cumprir, mas onde permaneço na minha ida. A cada passo um recuo e sempre um começo. Só a morte me poderá dotar com a clareza do sentido que me escapa. Mas não acredito que o meu corpo seja o teu túmulo, minha alma.

E aqui estou e vou estando e estarei sempre no murmúrio de um sonho.”

Em Punhos de Renda, a autora narra a história de um homem atormentado pelo repentino desaparecimento da mulher que amava profundamente. Amargo, desesperado e só, refugia-se numa gruta na serra, vivendo das esmolas dos outros e do que a Natureza lhe oferece e espraiando-se em leituras e considerações sobre questões inerentes ao Ser.

Até conhecer a Menina. A Menina que, na sua inocência, doçura e transparência, lhe traz respostas inesperadas que vão influenciar o sentido da sua vida.